sábado, 1 de dezembro de 2007

 

EM 7 DE ABRIL DE 1994 DIZIA "SALVEMOS A PRAIA DE PENICHE DE CIMA DEVOLVENDO-LHE A POSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO PISCATÓRIA E TURÍSTICA"




Há alguns anos que se assiste ao desaparecimento da denominada Praia da Camboa, estando o seu areal a ser arrastado pelo mar. É vulgar verificarmos o aparecimento de uma zona de pedra rolada que há muitos anos estava oculta pelo areal que ali se acumulava.
Neste momento qualquer maré sobe o areal cobrindo-o na sua extensão total e, não fora o enrocamento protector que ali foi colocado em situação de emergência, já havíamos assistido à invasão da via da acesso a Peniche, pela água do mar. Muitos de nós nos recordamos da antiga rampa de lançamento do salva-vidas,hoje solário privado para algumas ninfas que de vez em quando ocupam o que dela resta, que desapareceu por acção destruidora do mar, após lhe ter faltado a protecção da areia que desapareceu.
Na zona de acesso à praia, pelo lado do farolim, está a verificar-se um ataque constante à base da duna, que aos poucos vai sendo transportada dali e em breve poderá vir a causar motivo de grande preocupação, dado que colocará em risco a manutenção daquela protecção natural, que em boa hora foi consolidada e protegida.
Estamos, portanto, em hora de pensar as causas, de procurar soluções e, se necessário, apresentar as justificações da urgente necessidade de intervenção das entidades que têm o dever de o fazer.
Pela nossa parte vamos procurar deixar um contributo que, se não tiver outro mérito, provoque o despertar da atenção das cabeças que podem e devem pensar estes assuntos, solucionando enquanto é tempo a situação que já se apresenta com alguma gravidade.
É no cumprimento do que acaba de ser referido que chamo a atenção para a possível causa do acontecido e que, a nosso ver, se prende com o desaparecimento dos canos de esgoto das fábricas do Fialho e Exportadora, que exerciam as funções de esporões retentores dos movimentos das areias e amortecedores da acção da corrente do mar no sentido longitudinal da praia.
Tendo como certa, portanto, a necessidade de voltar a repor um elemento substituto, é urgente que se construa um esporão, sensivelmente onde existiu o esgoto do Fialho, para que voltemos a ter a praia com os níveis de areia que já possuiu.
Esta solução, que a muitos poderá parecer um obstáculo colocado no meio da praia, teria a virtude de definir as áreas de actuação como praia de veraneio e como praia para o exercício de actividade piscatória de pequenas embarcações.. Utilizar-se-ia o acesso do farolim para a área de veraneio enquanto no espaço restante seriam criadas condições para desenvolver uma actividade de inegável interesse turístico e económico, para cuja concretização se contará com a colaboração interessada dos actuais utilizadores e de todos os outros que, certamente, virão a aparecer.
Estando, entretanto, para breve a transferência dos estaleiros navais daquele local, mais viável se torna a revitalização daquela praia com a actividade que já teve e, como evocação da existência das artes de construção naval e fabrico de conservas naquele lugar, permitam que seja sugerida a instalação do "MUSEU DA CONSERVA E DA CONSTRUÇÃO NAVAL" num aproveitamento do armazém, que começa a estar em ruína e que complementaria uma área museológica que já deveria ter tido início com a utilização do antigo edifício dos Socorros a Náufragos, para guarda das preciosas relíquias que foram transferidas para outros locais ou que apodrecem paulatinamente sob o olhar de quem lhes deve todo o respeito.
Porque estamos a procurar sensibilizar vontades para a preservação daquela zona, e porque nos consta que irá desaparecer o edifício de uma das mais características fábricas de conservas, a fábrica da Exportadora, considero oportuno sugerir que se procure manter o casario do lado da praia com a traça que sempre teve, indistintamente das utilizações futuras, para que possamos evitar mais um motivo descaracterizador das zonas antigas e importantes da nossa cidade.
Aqui fica mais um motivo de reflexão para quem de direito, lembrando que a preparação para receber o potencial aumento de utilizadores da nossa zona que vier a ser provocado pela facilidade de acesso que proporcionará o IP-6, deve ser feita com a necessária antecipação.
UM COMENTÁRIO DE HOJE DIA 01/12/2007.
Passaram quase treze anos, o problema mantem-se, mais agravado, se pensarmos que o esporão que lá foi feito não produz o efeito desejado por não estar ligado a terra e ser facilmente circundado pelo mar. Esta referência já foi feita a todas as entidades responsáveis ao longo destes anos e todas parecem dormir descansadas sobre o assunto. Até quando?

A seguir reproduz-se a acta de uma acção provocada pelo aparecimento do escrito anterior.
Veja-se que os técnicos recomendam a construção de um pontão, não de uma ilha no meio da praia.
DEBATE/MESA REDONDA NO POLO DE PENICHE DA ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO - INSTITUTO POLITÉCNICO DE LEIRIA.
Iniciativa do Polo de Peniche da E.S.T.G. - Instituto Politécnico de Leiria, com o apoio da C.M.Peniche, realizou-se no passado dia seis de Janeiro um debate/mesa redonda subordinado ao tema "Modos de evitar a remoção progressiva de areis pelo mar, na praia de Peniche de Cima e deposição na praia do Baleal".
Foram oradores o Prof. Alvarinho Dias da Universidade do Algarve; Engº Laia Fernandes da Direcção Regional do Ambiente e Recursos Naturais; João Augusto Barradas, presidente da Câmara Municipal de Peniche e João Avelar que apresentou o problema à abordagem técnica, numa perpectiva do observador atento e preocupado.
O assunto em debate foi introduzido através da apresentação de diapositivos, mostrando aspectos de antes e depois dos efeitos da erosão que se verifica na área.
Foram referidos outros processos semelhantes que se verificam em toda a costa portuguesa tendo, ambos os convidados, concordado de que comparativamente o problema em debate não apresenta grande gravidade. No entanto, a rebentação do mar contra a muralha, danificando-a; o risco de destruição do edifício do I.S.N. e a cada vez maior probabilidade do mar chegar ao principal acesso a Peniche, confere a este processo uma importância grande para todos os Penicheiros.
Entre a opção de não contrariar a natureza e a de se construir obra de engenharia pare evitar a erosão das areias pelo mar, foi estabelecida uma discussão, onde se aceitou a possibilidade de construção de um pequeno pontão sobre o que resta da protecção do esgoto da fábrica de conservas "Fialho".
Considerou-se que obras de pequena dimensão naquele local, não terão consequências noutras áreas da costa e poderão contribuir para a resolução provisória do problema, podendo fornecer posteriormente, pistas de actuação mais fundamentadas. É opinião dos técnicos que após a construção da ligação à ilha do Baleal, a movimentação de areias forma uma unidade independente naquela baía, aceitando-se, por este facto, a construção do pontão referido, sem a realização de um estudo prévio aprofundado.
As opções a adoptar para resolução do problema exigem um estudo, cuja realização não se prevê a curto prazo, pelo que é razoável pensar numa solução, ainda que com alguns riscos no sucesso das suas consequências, tenha probabilidade, a baixo custo, de contribuir para uma maior deposição de areias.
Nota importante é o facto de se ter considerado que medidas para proporcionar o aumento de deposição de areias nas dunas, cada vez menores, é uma acção urgente e de importância fundamental.
MAIS UMA NOTA ACTUAL EM 01/12/2007.
As fotografias (Carlos Tiago) que precedem estes textos demontram o agravamento da situação.
Hoje o mar rebenta directamente sobre a muralha da Fuzelha e sobre as dunas em plena praia. O que será preciso para que se saia da letargia de 13 anos?

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Comentários:
Pela mina opinião deve-se usar a ecologia natural e plantar vegetação que apanhe areia e aumente as dunas/medões.

Pois está provado que lutar contra a natureza sempre acaba em fracasso - a única maneira que vejo é de utilizar as forcas naturais para fazer o trabalho por nós :)

Cumprimentos a todos:
Helder A. de O. P.
 

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